Atendimento de adolescentes
Como a terapia pode ajudar nessa fase?

A terapia é um apoio fundamental para que os adolescentes possam lidar com seus desafios internos e externos, construindo uma base emocional mais sólida que os ajuda a navegar essa fase da vida de forma mais equilibrada e confiante.
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A adolescência é uma fase cheia de mudanças intensas, onde o corpo, a mente e as relações se transformam rapidamente. Nesse momento de descoberta, é comum que os adolescentes enfrentem dificuldades emocionais, como ansiedade, tristeza ou raiva, mas nem sempre sabem como lidar com essas emoções intensas. A terapia é um espaço seguro onde eles podem aprender a reconhecer e gerenciar esses sentimentos de forma saudável, evitando que se acumulem e causem mais sofrimento.
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A adolescência também é marcada por uma busca constante de identidade e autoestima. Muitos jovens se sentem inseguros ou confusos sobre quem são e onde se encaixam. A terapia pode ajudar nesse processo de autoconhecimento, incentivando o adolescente a construir uma imagem positiva de si mesmo, ao mesmo tempo que lida com pressões externas, como as expectativas dos outros e a influência das redes sociais. Relações com amigos, família e parceiros também costumam ser fontes de estresse, e a terapia oferece ferramentas para melhorar a comunicação, a empatia e a capacidade de lidar com conflitos.
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Para muitos adolescentes, a terapia também é essencial quando enfrentam situações difíceis, como o bullying, a separação dos pais, perdas ou traumas. Nesses casos, ter um espaço para falar abertamente sobre o que sentem pode fazer toda a diferença, ajudando-os a processar essas experiências de maneira mais saudável e a desenvolver resiliência.
O atendimento psicológico com adolescentes na abordagem fenomenológica-existencial é igualmente centrado no indivíduo, mas considera as mudanças e desafios específicos dessa fase de transição entre a infância e a vida adulta.
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Exploração do universo do adolescente: O terapeuta busca compreender as experiências do adolescente sem julgamentos, acolhendo suas dúvidas, medos, conflitos e desejos. Exemplo: um adolescente que sente que não se encaixa em nenhum grupo pode, na terapia, explorar seus sentimentos de pertencimento e entender melhor sua identidade sem pressão para se moldar às expectativas dos outros.
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Enfoque no presente: O trabalho foca no que o adolescente vive no momento, ajudando-o a dar sentido às suas escolhas e desafios, como questões de identidade, relacionamentos e futuro. Exemplo: um jovem que enfrenta dificuldades em um novo grupo de amigos pode, na terapia, refletir sobre seus sentimentos e descobrir formas mais autênticas de se relacionar.
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Espaço de expressão: Conversas abertas, atividades criativas ou reflexões sobre situações cotidianas podem ser utilizadas para facilitar a comunicação e a compreensão de suas vivências. Exemplo: um adolescente que tem dificuldade em falar sobre suas emoções pode usar desenhos, música ou escrita na terapia para se expressar de maneira mais confortável.
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Autonomia do adolescente: O terapeuta respeita o adolescente como protagonista do processo terapêutico, adaptando a abordagem ao seu ritmo e interesses. Exemplo: em vez de impor temas, o terapeuta permite que o adolescente traga o que considera importante, ajudando-o a construir um senso de responsabilidade sobre sua própria jornada.
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Ambiente de respeito: O consultório é um espaço livre de julgamentos, onde o adolescente pode ser autêntico. Exemplo: um jovem que sente medo de ser criticado por suas opiniões em casa ou na escola encontra na terapia um local seguro para se expressar sem receios.
O atendimento

Sobre o sigilo

O sigilo é crucial com adolescentes, pois ajuda a estabelecer confiança.
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Diálogo com os pais: O terapeuta pode compartilhar informações gerais sobre o processo e orientar os pais, mas sem expor detalhes confidenciais, a menos que o adolescente autorize.
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Constrói confiança: O sigilo permite que o adolescente se sinta seguro e à vontade para compartilhar questões íntimas sem medo de julgamento ou exposição.
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Promove a autonomia: Ao preservar o sigilo, o terapeuta valida a capacidade do adolescente de lidar com seus desafios, incentivando sua independência emocional.
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Favorece o vínculo terapêutico: A sensação de privacidade fortalece a relação com o terapeuta, elemento central para o sucesso da terapia.
Quando o sigilo pode ser quebrado?
Apesar de ser uma regra fundamental, o sigilo pode ser rompido em situações específicas previstas no Código de Ética do Psicólogo e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA):
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Risco à segurança do adolescente: Se houver indícios de automutilação, risco de suicídio ou exposição a situações de abuso, negligência ou violência.
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Risco à segurança de terceiros: Caso o adolescente revele intenções de causar danos graves a outras pessoas.
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Exigências legais: Em situações em que a Justiça solicita informações específicas, o terapeuta deve fornecer apenas o necessário para atender à solicitação.
Nesses casos, o terapeuta busca, sempre que possível, comunicar o adolescente sobre a necessidade de quebra do sigilo e envolve-o no processo, preservando ao máximo sua integridade e bem-estar.
O atendimento psicológico com adolescentes na abordagem fenomenológica-existencial busca ajudá-los a compreender melhor a si mesmos e a enfrentar os desafios da adolescência de forma autêntica e responsável.
Os pais têm um papel de apoio, mas o respeito à autonomia e à confidencialidade do adolescente é essencial para o sucesso do processo.